REFLETINDO SOBRE A INTRODUÇÃO DA LETRA CURSIVA NO 1.º ANO DA ALFABETIZAÇÃO
Inicio com algumas questões para sua reflexão: ”Por que se preocupar tanto com a introdução da letra cursiva - traçado de letras - em momentos em que as crianças têm tantas coisas mais importantes a aprender sobre a leitura e a escrita?” “A questão principal tanto para a criança quanto para o adulto analfabeto, é construir respostas para duas questões básicas: o que a escrita representa e de que forma?”. “É importante lembrar que aprender a escrever com letra cursiva não requer nenhum trabalho cognitivo especial: é um ato mecânico, que requer treino apenas. Então, por que não se ocupar com isso depois que as crianças já estão alfabetizadas?”. Isto pode soar estranho para quem ainda trata a alfabetização como um ato mecânico, mas não para quem sabe que a alfabetização é um conhecimento de natureza conceitual. “Seria mais viável utilizar o precioso tempo escolar do 1.º ano com atividades que ajudem as crianças a avançar em seus conhecimentos sobre a escrita (através da reflexão sobre a mesma) para que cheguem ao nível alfabético, deixando o aprendizado da letra cursiva (técnica) para quando alcançarem o nível alfabético?”
O uso da letra de forma e da letra cursiva faz sentido e tem lugar tanto dentro como fora da escola. A primeira é muito utilizada socialmente, inclusive em algumas situações de escrita cotidiana – engenheiros e arquitetos em seus trabalhos, estudantes universitários em suas anotações.... Mas também dentro da escola a letra de forma tem o seu papel: não faz sentido, por exemplo, produzir cartazes ou notícias em jornais escolares, preencher cruzadinhas, com letra que não seja de forma, quando o objetivo é aproximar as situações de escrita escolar das situações sociais reais. Por outro lado a letra cursiva, além de ser muito utilizada na escola, também tem lugar fora dela: lembretes, bilhetes, cartas, receitas, músicas e poemas preferidos geralmente são grafados com letra cursiva, o que acaba imprimindo uma marca mais pessoal à escrita. Entretanto, a importância desse tipo de uso social seria suficiente para justificar o ensino da letra cursiva num momento em que as crianças ainda estão com a atenção e a reflexão focadas nas propriedades do sistema de escrita? Ainda mais quando trabalhamos com um ciclo de alfabetização.
Mesmo evidenciando que é muito melhor que a letra cursiva seja introduzida após a fase que a criança já compreendeu o sistema de escrita, não podemos descartar tal possibilidade. Fica com você professor refletir e decidir se este é o momento adequado para a passagem da letra bastão(imprensa) para a cursiva (de mão), pois cada criança possui estímulos diferenciados que influem em suas fases de desenvolvimento da construção do sistema de escrita, cabendo ao professor observar qual a fase mais apropriada de cada criança para lidar com diferentes aspectos gráficos, conforme a realidade de sua turma no todo, e individualmente.
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